Os prefeitos de Santa Cruz, Beni, Pando e Tarija, Cochabamba e alguns cívicos de Chuquisaca, trazem a elaboração de seus estatutos autonômicos como uma estratégia eleitoral orientada a ganhar o referendo da revogatória do mandato do Presidente Evo Morales. Defenderão o “Não” nas duas consultas populares sobre o texto Constitucional aprovado pela Assembléia Constituinte, e algo já indicado desde o não reconhecimento da então Carta Magna aprovada.
O Governa se apressa em iniciar o processo eleitoral sobre o “Referendo da Revocatória” dos mandatos nas prefeituras em que resistem as mudanças políticas no país. Em Santa Cruz, Beni, Pando e Chuquisaca a disputa será bastante desfavorável devido a incitação racista/separatista realizada pelas lideranças políticas tradicionais. Em Cochabamba, a briga com Reyes Villa será bastante disputada, assim como em Tarija.
Foram os prefeitos opositores da “média-luna” quem aprovaram, em 26 de Novembro passado, um pronunciamento pedindo ao Presidente que se submetesse a uma consulta popular, para ver se o mesmo ainda conta com o apoio popular para então continuar na liderança da Nação. O diretor de autonomia da prefeitura de Santa Cruz, Carlos Dabdoub, espera que Evo Morales aceite o pedido, mas com a condiçao de obtençao mínima de votos da última eleição (no caso, Evo deveria obter no mínimo 54% do votos + 1 para continuar como Presidente da Bolívia e assim sucessivamente). Afirma Dabdoub que ” o prefeito Rubén Costas foi um dos primeiros a defender o tema e agora pouco se faz, mas tem que acordar a porcentagem e os tipos de perguntas antes.”
Por fim, fica claro que o Evo Morales não tem medo da consulta popular. Pelo contrário, aposta-se todas as fichas no referendo como forma de dar todo aporte popular a nova Constituição Política do Estado. Poucos políticos teriam tamanha coragem. E quem definirá os rumos na Bolívia ? O povo boliviano!!!
Por Érico Massoli, correspondente do Coletivo Soylocoporti em La Paz – Bolívia.