Cochabamba, 27 de Dezembro de 2007.
Chegamos as 06h00 da manhã em Cochabamba. Não consegui ¨pregar o olho¨ a noite toda. Estou bêbado de sono. O velho problema de sempre: os ônibus são muito apertados, tendo pequeníssimo espaço entre as poltronas e com frequência, sem banheiro. Ou seja, quem não tem grana para o Bus Cama,$, tem que enfrentar a maratona. É mais desgastante mas também vale a pena. Afinal somos todos filhos de Deus. De brinde vem as intermináveis paradas, sobe e desce de vendedores com as comidas mais diferenciadas possíveis, sendo tradicionalmente na figura das ¨Cholitas¨.Os ônibus nunca saem vazio. Todavia é difícil sair no horário, já que da partida à chegada do trajeto, tomam assento muitos passageiros transeuntes. Tudo isso só para dizer de mais uma noite dormida em ¨la Carretera¨. Eis que ¨virar¨ a noite no bonde, é uma boa maneira de economizar uma diária e avançar quilometros do itinerário.
Voltando a Cochabamba…da chegada ao café da manhã, na feirinha em frente, a espera das 9 da manhã, lemos e descansamos nos bancos da rodoviária, e seguimos para a reunião dos movimentos, na casa campestre, km 10, em Cochabamba. Chegamos por volta das 10 horas da manhã e logo entramos. O é hotel grande e luxuoso. Muito bonito, piscina, mais de 3 refeições diárias e tudo mais. Entramos pelo portão e logo estávamos arrodeados pelos carros presidenciais. Emmanuel apertou a mão de Álvaro Garcia Linera, vice presidente da bolívia, e do outro veículo desceu Evo, presidente, simples e seguro dos rumos da Bolívia. Eles foram para uma reunião de Governo e nós seguimos em busca da reunião dos movimentos e o MAS – Movimento ao Socialismo, representantes dos diversos setores da sociedade civil, desde as ¨juntas vecinales¨, estudantes, campsinos, Fejubes del Alto, La Paz, Oruro, Potosi, Santa Cruz, Sucre, Chuquisaca, Cochabamba e etc. Melhor oportunidade impossível!! ¨Prato cheio¨ para os embebecidos estrangeiro, quem se privaram das ceias de Natal e ano novo, em busca da imagem perfeita e de fatos reais sobre a questão política boliviana.
Ficamos aproximadamente 1 horas na porta de entrada da plenária. Não parava de chegar gente o tempo todo e de todas as regiões do país. Uma ampla reunião popular. A pauta: O governo de Evo Morales, reflexões, análises, sugestões e possíveis mudanças políticas para o ano de 2008. Ano esse que terá 3 referendos populares, para definir o tamanho das propriedades de terras (5 ou 10 mil hectares ); referendo revogatório dos mandatos e o referendo de aprovação ou não da nova Carta Magna do Estado. Falava-se muito das exigências do MAS e dos movimentos sociais, e o ímpeto em derrubar de 2 a 4 Ministros do Governo. Motivos: não cumprimento com a plataforma política, incapacidade e/ou má gestão.