Caros(as) amigos(as),
Mais que Técnicos Administrativos em Educação (TAEs), somos trabalhadores de uma das mais novas instituições federais de ensino superior deste país, a Universidade Federal da Integração Latino Americana (UNILA), que tem sua sede aqui em Foz do Iguaçu. A UNILA possui um sistema pedagógico baseado numa proposta bilingue e integracionista, com o claro propósito de formular políticas públicas para a América Latina, garantindo grande visibilidade a toda região de tríplice fronteira.
Estamos hoje mobilizados em espaços públicos da cidade porque, primeiramente, acreditamos que é impossível pensarmos numa educação pública, gratuita e com qualidade satisfatória sem que nós, profissionais diretamente responsáveis pelo seu bom funcionamento (incluindo os professores), sejamos valorizados profissionalmente.
Esta mobilização, que pretende nesta data de 03 de março envolver mais de cem mil servidores em todo o país, faz parte do calendário de lutas da Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (FASUBRA), e visa à sensibilização da sociedade e principalmente do Governo Federal quanto às questões relativas ao nosso plano de carreira, insuficiência das últimas reposições salariais, ausência de correção automática por meio da data-base e infraestrutura adequada de trabalho, com ênfase na adequação de nossa carga horária semanal de atividades.
Nesse ponto, especificamente, lutamos por qualidade de vida por meio da redução de jornada de 40 para 30 horas semanais, sem com isso reduzir o horário de funcionamento das unidades administrativas da universidade. Muito pelo contrário, tal flexibilização permitiria que a duração do atendimento ao público aumentasse de 8 para 12 horas diárias, garantindo mais eficiência e eficácia nos serviços prestados pela UNILA.
Além disso, outras duas bandeiras norteiam nosso movimento. A primeira se refere ao Fundo de Previdência Complementar do Servidor Público Federal (FUNPRESP), cuja adesão ainda é considerada temerária, uma vez que se trata de um mecanismo em que as regras não parecem claras e uma eventual contribuição não garantiria efetivamente o direito ao recebimento integral de benefícios no futuro.
A outra, bem mais urgente, tem como ponto central a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) que, com sua atuação, gradualmente privatiza a saúde e reduz a responsabilidade da gestão pública para com os hospitais universitários, atualmente mantidos em grande parte com verbas oriundas do Sistema Único de Saúde (SUS) e com a receita das próprias universidades, restringindo o acesso da comunidade aos serviços prestados.
A EBSERH também compromete a autonomia das instituições de ensino superior, construída ao longo da história, e abre precedentes para o fim da estabilidade dos servidores da saúde vinculados às universidades, situação que já é realidade em muitas localidades do Brasil e que brevemente poderá atingir a população de Foz do Iguaçu, em função de tratativas sobre a gestão do Hospital Municipal da cidade.
Portanto, convidamos você a fazer parte desta luta, que não é só nossa, mas de toda a sociedade, razão de ser do serviço público.