Brasília: tua piscina está cheia de ratos

Na caminhada rumo ao FSM-Belém, tivemos escala em Brasília – DF, e da visão aérea do avião, não faltaram piscinas e mais piscinas, quadrado, circular, retangular, coloridas; grandeza e status; quanto mais pomposa maior respeito ? Enquanto se discute a falta de água mundial e a destruição das fontes hídricas, todas as grandes casas da capital federal parecem não se preocupar com tal problema. Os políticos profissionais preocupam-se em criar continuamente cargos comissionados, aumentar salários e quando for possível, legislar e governar de acordo com interesses pessoais e econômicos, apesar de haver exceções. Mas e o meio ambiente ? Não tenho dúvida que o calor e o clima seco exigem tratamentos diversificados e criativos, mas as mansões precisam ter tanta soberba assim?

Dos ares da capital federal, no meio do planalto central, suas piscinas continuam cheias de ratos, como já cantara Cazuza na década de 80…. e que no aniversário de 50 anos da cidade não falte água!

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Sem Perseguições: Os estudantes e professores não são terroristas

Traduzido por Érico Massoli

Federação dos Estudantes Universitários da Colombia (FEU)

SEM PERSEGUIÇÕES: OS ESTUDANTES E PROFESSORES NÃO SÃO TERROSITAS

Hoje, não há dúvida que o Governo Nacional da Colômbia considera a Universidade em seu conjunto, um perigo eminente e que mais de 150 mil estudantes e professores das Universidades públicas e privadas são tidos como delinqüentes e terroristas simplesmente por estudar e trabalhar nas instituições de educação superior. Por outro lado, não se justifica investigações oficiais as bases de dados de todos os estudantes e professores que desde o ano de 1992 estão vinculados com as Universidades Nacional, Distrital, Pedagógica, Livre, Autônoma e a SENA, realizada por solicitação do fiscal especializado da Unidade anti-terrorista, Jorge Iván Piedrahita Montoya, que inicia processo contra a comunidade universitária.

Este novo ato de perseguição, além de constituir violência ao direito e a intimidade, a autonomia universitária, ao bom nome e integridade da comunidade universitária colombiana, mas sobre tudo a opinião crítica e autônoma que lhes é inerente a qualquer universidade em um Estado que se proclama democrático, esclarece ainda mais a estratégia de perseguição e estigmatização contra a comunidade universitária e particularmente dos estudantes que com decisão, tem mobilizado por seus direitos e pela defesa da educação pública, opondo-se assim ao governo nacional. No interior das instituições de educação superior, vive-se hoje um ambiente de perseguição por conta das ações e declarações de funcionários do governo nacional, a realização de processos disciplinares internos contra dirigentes estudantis e a contínua aparição de ameaças de morte realizadas por grupos paramilitares.

As ações da principal entidade de investigação judicial do país vai contra os universitáiros e a idéia de Universidade, evidenciando a intenção do governo nacional em defenestrar os estudantes e professores críticos, convertendo-lhes em bode-expiatórios para dissuadir a opinião nacional e internacional frente a seus questionamentos as sistemáticas violações dos direitos humanos efetuadas pela força pública colombiana, assim como o avanço das investigações sobre as alianças com os paramilitares e narco traficantes, centrando-se em um suposto novo êxito do governo nacional contra os universitários cujas armas são a academia, opiniões críticas e sonhos de uma universidade e país melhores.

Neste ataque frontal, participaram pessoas de carreira e comportamento duvidoso, como a senadora Gina Parody, quem animada pela desejo de se tornar prefeita de Bogota, decidiu utilizar-se dos estudantes como trampolim midiático, realizando afirmações descontextualizadas e irresponsáveis sobre o interior dos espaços universitárias, mas sem jamais denunciar a privatização da educação pública ou a presença paramilitar no corpo diretivo de várias universidades regionais e deixando de assistir o debate organizado pelo Reitor da Universidade Distrital para discutir franca e abertamente os feitos que com tanto esforços havia “denunciado” a senadora. Assim mesmo esta estratégia teve como protagonista a ex-diretora do DAS, quem afirmou de forma temerária a nossa organização, e teve que deixar seu cargo depois que conheceram que tal entidade havia ordenado a perseguição de todos os membros do Polo Democrático Alternativo. Agora entra em cena o fiscal Jorge Iván Piedrahita, denunciado em 2005 por exercer pressão sobre membros da União Patriótica de Cabrera, para qual se declararam contra os militares dessa organização e por múltiplos escândalos quando dirigia as investigações em Soacha; este personagem que em suas funções de fiscal seccional de Fusagasugá se acostumou a participar de registros domiciliares uniformizado com roupas militares e portando armas como pistolas e sub-metralhadoras, agora vê em todos os universitários um potencial terrorista.

Na base de dados e demais informações solicitadas pela fiscalização encontram-se a folha de vida, informações familiares, história clínica, lugar de residência, número telefônico e até registro de livros solicitados nas bibliotecas pelo conjunto da comunidade acadêmica de ditas universidades de 1992 até 2008. É legítimo que um Estado social de direito ataque até esse ponto o direito a intimidade e a presunção de inocência de toda uma comunidade ? Quem pretende fazer a fiscalização com toda a informação coletada ? Vale a pena perguntar se se pode estabelecer como critério para acusar alguém pelos livros consultados em sua vida universitária. Por acaso existem temas que não se podem ler nas Universidades ? Por acaso não são a liberdade acadêmica e a liberdade de investigação premissas básicas da qualidade acadêmica e da vida universitária ? Será possível que para este fiscal quem lê Marx seja um sujeito perigoso, ou quem consulta álgebra de Baldor um terrível extremista mulçumano ? Ou se assustará ao encontrar em um livro de engenharia a frase “mil revoluções por minuto” ? Por acaso a proibição dos livros e dos temas a pesquisar não é uma das características fundamentais das ditaduras ou de instituições como a inquisição ?

Esta terrível situação evidencia uma vez mais que se está atacando a Universidade em si mesma, como espaço para a construção de conhecimento e progesso da sociedade, além de deixar claro que faz tempo que se vem executando a mais terrível caça as bruxas, aonde os golpes midiáticos resultam serem as provas mais contundentes contra estudantes e professores, justificando a esteira de morte e desaparecimento que assolam o movimento universitário.

Tais atos de perseguição inquisidora são uma amostra do caráter ilegítimo de um governo que promove um projeto de morte e pensamento único em nosso país. Fazemos portanto, um chamado a toda a comunidade universitária a construir caminhos de unidade e criar uma grande Campanha Nacional e Internacional Contra a Estigmatização dos Movimentos Universitários e que nos permitam sair da escura noite a qual o governo nacional nos quer impor mediante as ameaças, os amedrontamentos e processos jurídicos. Esta campanha deve impulsionar processos de organizativos, de denúncia e mobilização em todas as universidades do país. Somente uma resposta articulada e contundente de todos os universitários nos permitiria apontar os verdadeiros pontos do debate sobre a educação superior na Colômbia: democracia e autonomia universitária, direitos humanos, financiamento, bem-estar universitário e qualidade acadêmica.

Ante a tão execrável procedimento, chamamos a todos os colombianos e a comunidade internacional a se solidarizar e defender a Universidade colombiana, sua pluralidade de pensamento e a integridade de todos os seus membros frente a graves atropelos exercido pelo governo nacional. Assim mesmo, fazemos o chamado para exigir esclarecimentos e retificação por parte do Fiscal Geral da Nação, Mario Iguarán e o presidente Álvaro Uribe, os quais devem assumir a responsabilidade política pela elaboração e execução de tão macabro plano contra a Universidade colombiana.

EM DEFESA DA VIDA, DA LIBERDADE DA PLURALIDADE

NÃO A ESTIGMATIZAÇÃO E PERSEGUIÇÃO DO MOVIMENTO UNIVERSITÁRIO

Bogotá, 10 de Novembro de 2008.

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Temporais e o meio ambiente

Os deslizamentos na região de Santa Catarina mais atingida pela chuva se agravaram, provocando mais mortes e desaparecidos, e as equipes de resgate deram ordem para retirar à força os moradores que se recusavam a deixar suas casas.

O clima de desespero é perceptível não só entre moradores como entre autoridades e bombeiros, ainda mais após nova avalanche de terra desabar em um imóvel em Arraial, na divisa de Gaspar com Ilhota. A população nacional e internacional acompanhamos atônitos tal brutalidade da mãe natureza. Será algum sinal de que a destruição, consumismo e poluição tem que cessar por parte da humanidade ?

A saída e chegada nas áreas de risco seguem fora de controle. Dezenas de moradores voltam a pé por meio de trilhas para tentar recuperar documentos e bens mais valiosos. Para muitos, é o que resta, já que familiares e suas casas se perderam pelo rastro de destruição dos temporais catarinenses. Enquanto isso, outras regiões do Brasil, como o Rio de Janeiro e Espírito Santo, enfrentam chuvas torrenciais e alagamentos. Açôes generalizadas por todo Brasil. Só não vê quem não quer!

Para alguns, o planejamento das cidades precisa se adaptar à intensificação das mudanças climáticas. De acordo com o urbanista Clóvis Ultramari, pesquisador da PUC-PR, há sinais de que os atuais parâmetros urbanos têm de se tornar mais rígidos, de modo a reduzir o impacto de acidentes naturais como as tempestades que vêm assolando Santa Catarina.

“Esse é o tipo de fenômeno extremo que vai ocorrer mais no futuro. A grande pergunta é: o futuro já chegou ?”, diz Carlos Nobre do Inpe. Será o aquecimento global culpado por eventos climáticos extremos ? Há controvérsias entre análises dos especialistas, mas acredito que os fatos falam com convicção! A mãe natureza não brinca em serviço!

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Cananéia: Ponto de Cultura Caiçara

Eis que após recebermos convite do II Encontro de Economia Solidária no Vale do Ribeira, nós do Coletivo Soylocoporti resolvemos participar das atividades. Após rápida preparação, agendamos saída para o dia 21 de Novembro, as 14h00, da casa do companheiro Amarelo. Mas para variar, saimos de Curitiba as 15h00. Eu, amarelo, guti, angélica, otto e vinicius. A viagem foi super tranquila, com piadas e histórias sem fim!

Cananéia surpreendeu-me bastante! Cidade bastante bonita, histórica, com uma forte cultura caiçara e com diversos coletivos jovens organizando-se em pról do meio ambiente e da cultura local! Lindo de ver!

Entre as lutas e bandeiras, averiguamos a luta contra as barragens, contra a proliferação do Eucaliptos/pinos, auto determinação da cultura caiçara, valorização da agricultura familiar, agroecologia e agro-floresta!

Para nós que estamos iniciando contato com os pontos de cultura, foi bastante proveitoso trocar experiência com um ponto de cultura tão organizado e exemplo como este! Entre os diversos trabalhos realizados por lá, gostaria de enaltecer o livro “Saberes Caiçaras: a cultura caiçara na história de Cananéia”
De Cleber Rocha Chiquinho
, e o documentário sobre os “saberes caiçaras”. Bastante inspirador!!

Parabéns aos coletivos de Cananéia!! Forte abraço e obrigado por tudo!

*** trajeto: A distância de Curitiba à Cananéia é de aproximados 220 km. Levando 3 horas de carro e 5 horas de ônibus. Seguindo pela rodovia Régis Bittencourt (BR-116), vindo de Curitiba, passe por Jacupiranga, entre no primeiro acesso à direita para a cidade de Pariquera-Açú. Atravesse a cidade de Pariquera-Açú e continue pela estrada que vai até Cananéia. Próximo ao km 24, passar pelo trevo em direção a ponte, caso decida pelo carro. Caso opte por ônibus compre passagem para a cidade de Registro, em seguida compre passagem para Cananéia. O valor entre Curitiba à Registro custará em média R$30,00 e Registro à Cananéia custará em média R$10,00.

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A indústria da Multa em Curitiba

Se já não bastasse a demagogia, falta de propostas e conteúdo da maioria dos candidatos nas eleições municipais, nos confrontamos com oportunismos baratos como a do candidato reeleito à prefeitura de Curitiba, Beto Richa. Mal deu tempo para as ruas da capital serem limpas pela enxurrada de “santinhos”, imediatamente 1 dia depois das eleições e semanas seguintes, recomeçaram os transtornos na região central da cidade. Passado esse período “esponja”, amorfo e de grandes propostas mirabolantes, em que os candidatos buscam a qualquer custo agradar os eleitores e garantir seu votinho na urna, retomou-se as obras “indispensáveis”: ruas e tubos fechados de forma arbitrária e sem aviso prévio aos usuários; caos, bagunça e confusão se misturam no centro da “cidade modelo”.
O que mais tem feito o sr. prefeito é recapear ruas e seus canteiros de obras, enquanto escolas, creches e moradias populares estão caindo aos pedaços. Eis que a prioridade em nossa cidade são os carros ao invés dos cidadãos. Os carros possuem maior atenção do que as pessoas. As políticas públicas beneficiam a sociedade do consumo, supérfluo, em rodas, do desrespeito ao pedestre, que estimulam a poluição, o sedentarismo e por consequência tentam “enquadrar” as dezenas de milhares de motoristas, através da INDÚSTRIA DA MULTA, nos moldes do trânsito exemplar. Insustentável! Prioriza-se a repressão e exploração econômica do condutor, à políticas preventivas e educativas do transito local.

Pelo fato de *Curitiba ser a capital com o maior número de carros por habitantes no Brasil, não há alternativa senão diminuir as unidades de carro, com políticas claras para o fomento do transporte coletivo, que beneficiem ciclistas e pedestres. Mas não, o atual prefeito insiste em prometer metro, ampliação de ciclovias e favorecimento do transporte público no período eleitoral, para logo depois, rasgar tudo que disse, e assumir políticas individualistas e anti-humanas para o transporte, acariciando lobbistas, como empreiteiras e construtoras, indústria automobilística e a “INDÚSTRIA DA MULTA” na condução da política urbana de Curitiba. A prefeitura tucana insiste em fazer o caminho inverso: alargar ruas e avenidas ao invés de investir na qualidade do transporte público; punir motoristas com multas descabidas e sem critérios claros ao invés de desafogar o trânsito com políticas educativas e preventivas.

Eu mesmo fui vítima desse caos no centro da cidade: eis que na semana seguinte as eleições municipais, transitava pelo Av. Floriano Peixoto, e passando pelo cruzamento com a Av. Visconde de Guarapuava, devido as obras da prefeitura, o trânsito estava parado, amontoado, desorganizado, horas de espera; eis que no momento em que fiquei preso entre os cruzamentos das ruas, resolvi fazer a conversão a esquerda para não atrapalhar o trânsito da Guarapuava. Pois bem, foi aí que o “guardinha da Diretran” me multou por fazer conversão errada. Eis minha indignação: nenhum aviso prévio foi dado a nós cidadãos a respeito das obras, roteiro de obras, sem falar que todo o perímetro próximo estava mal organizado, zoneado. A prefeitura bagunça o trânsito no centro da cidade com obras mal sinalizadas, com filas, mas na hora de fiscalizar, a Diretran, tampouco tem bom senso e respeito com os condutores!

Quem deve pagar pela desorganização das obras no centro da cidade ? A população ou a prefeitura ?

Qual o total do dinheiro arrecadado com as multas no trânsito ? Pra onde vai o dinheiro das multas ?


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Quilombo de João Surá dá lição de vida!

Esta poderia ser uma simples notícia não fosse pelo fato de estar sendo redigida diretamente da Comunidade Quilombola de João Surá, que está localizada no Vale do Ribeira do Paraná, uma região que historicamente tem sofrido com a opressão de grandes interesses privados e públicos, não tendo acesso a nenhum meio de comunicação. No passado, esse isolamento se deu pela fragilidade de um povo que acreditava obter seu próprio sustento no trabalho diário das terras, no contato direto com a natureza, perpetuando costumes e crenças ancestrais dos antigos escravos diante de um tema até hoje mal resolvido no Brasil: REGULARIZAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO JUSTA DE TERRAS PARA TODOS. Entretanto, vê hoje seus jovens, por falta de oportunidade, serem absorvidos pelas madeireiras gananciosas, sub empregos das cidades vizinhas e fazendeiros sem escrúpulos pressionando governo e justiça, em busca do roubo de suas terras, a caminho da regularização pelo Governo Federal.

Desde Julho/08, com a parceria de órgãos públicos federais, UFPR, Eletrosul e outros, conseguimos instalar uma conexão de internet nesta comunidade, transformando o seu TELECENTRO em um local de comunicação deste povo que nunca possuiu um telefone público e que no passado se isolou e foi isolada.

Portanto, que a partir de hoje, notícias como essa, sejam rotineiros em João Surá, e que em breve a própria comunidade seja responsável por tal quebra de paradigma.

Desde julho, superado a barreira tecnológica, o Coletivo Soylocoporti, iniciou trabalho de inclusão digital e cultura na comunidade, e os trabalhos vão de vento em polpa, já com mais uma visita prevista para os dias 15 e 16 de Novembro, aonde jovens e adultos estão sendo capacitados em pról da própria comunidade, que terá a missão de ensinar a todos de João Surá e região, os benefícios que a Internet pode trazer a todos: comunicação fácil, informação e conhecimento, educação, contato com outras comunidades quilombolas, subsistência e oportunidade de se auto afirmarem como uma cultura soberana e detentora de seu próprio futuro.

Já vemos de quantas maneiras um Telecentro pode revolucionar uma região! Em breve, a própria comunidade nos dirá qual o caminho mais correto e quais políticas públicas deverão ser seguidas para o Vale do Ribeira do Paraná, e principalmente, como é fundamental respeitarmos as comunidades remanescentes/ancestrais! O Quilombo de João Surá tem muito a nos ensinar, cidadãos ocidentais, arrogantes e “donos da verdade”!


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A Cultura é um Direito Constitucional

Constituição da República Federativa do Brasil
Título VIII
Da Ordem Social
Capítulo III
Da Educação, da Cultura e do Desporto
Seção II
Da Cultura

Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às
fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das
manifestações culturais.
§ 1º – O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas e afrobrasileiras,
e das de outros grupos participantes do processo civilizatório nacional.
§ 2º – A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de alta significação para os
diferentes segmentos étnicos nacionais.
§ 3º A lei estabelecerá o Plano Nacional de Cultura, de duração plurianual, visando ao
desenvolvimento cultural do País e à integração das ações do poder público que conduzem
à: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 48, de 2005)
I defesa e valorização do patrimônio cultural brasileiro; (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 48, de 2005)
II produção, promoção e difusão de bens culturais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
48, de 2005)
III formação de pessoal qualificado para a gestão da cultura em suas múltiplas dimensões;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 48, de 2005)
IV democratização do acesso aos bens de cultura; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
48, de 2005)
V valorização da diversidade étnica e regional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 48,
de 2005)
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial,
tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à
memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:
I – as formas de expressão;
II – os modos de criar, fazer e viver;
III – as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV – as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às
manifestações artístico-culturais;
V – os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico,
paleontológico, ecológico e científico.
§ 1º O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o
patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e
desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação.
§ 2º Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da documentação
governamental e as providências para franquear sua consulta a quantos dela necessitem.
§ 3º A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conhecimento de bens e valores
culturais.
§ 4º Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na forma da lei.
§ 5º Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de reminiscências
históricas dos antigos quilombos.
§ 6 º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a fundo estadual de fomento à
cultura até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida, para o financiamento de
programas e projetos culturais, vedada a aplicação desses recursos no pagamento de:
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
I – despesas com pessoal e encargos sociais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de
19.12.2003)
II – serviço da dívida; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
III – qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos ou ações
apoiados. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003

http://www.cultura.gov.br/site/wp-content/uploads/2007/11/titulo-8.pdf

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Comunicação é um Direito Humano!

Ontem, tive o privilégio de participar do ato pela Democratização da Comunicação, Revisão das concessões de Rádio e TV bem como pela convocação da Conferência Estadual e Nacional de Comunicação. A intervenção se deu em cerimônia do Ministério das Comunicações, no Auditório da Universidade Técnológica Federal do Paraná (UTFPR), na Assinatura dos termos de consignação dos Canais do Sistema Brasileiro de Televisão Digital (SBTVD) com as Emissoras de Rádio e Televisão da cidade de Curitiba.

O evento estava lotado de “autoridades”. Todos os concessionários de televisão do Paraná estavam presentes. O público era todo composto pelo empresariado. Apesar das dificuldades, conseguimos entrar no Auditório da cerimônia e logo ocupamos as duas fileiras da frente. Após a assinatura dos termos de consignação, o Ministro HC iniciou seu discurso, e de pronto abrimos nossa faixa reivindicando “Democratização da Comunicação Já! Porque a Comunicação é um Direito Humano!”. Parecíamos seres invisíveis e despresíveis naquele ambiente. Segurando a faixa na frente do palco, pude perceber o quão insignificante eramos para boa parte da platéia presente no auditório. Era como se não existíssemos. Eu procurei olhar no olho de cada pessoa presente no auditório, mas ninguém teve a coragem de olhar pra mim. Por um momento, me senti um ninguém, um nada! Me ignoravam, assim como ignoram os movimentos sociais, a pobreza, os direitos humanos e a constituição de 88.

Todos pregavam os olhos no Ministro HC que discursava com desenvoltura e que na defesa do padrão digital implantado no Brasil, apenas falava da qualidade de imagem que os cidadãos brasileiros terão na “novela das 8”. Outra justificativa é que o povo brasileiro poderá assistir novela pelo celular quando estiver no ônibus. Por que não ouvimos ninguém falar que a TV Digital além de permitir a integração da TV, celular e Internet, poderá também promover a construção coletiva da programação das rádios e televisões do país ? Como acabar com o feudo das comunicações em que 8 famílias dominam o noticiário brasileiro ? O que eles pensam sobre a Comunicação ser um direito humano ? Quando teremos vóz ? Quando as concessões de Rádio e TV serão de interesse público ?

Mas eis que o sr. HC, de frente para o seu público de empresários, se apropriou das bandeiras dos movimentos sociais, afirmando que “a tecnologia digital brasileira (desenvolvida na UFRJ) permeia as tecnologias norte-americana, européia e principalmente a Japonesa”, além de ser “fundamental a realização das Conferências de Comunicação e da importância da participação da Sociedade”, mas que a mesma “não dependia do Executivo e que deveria ser convocado pelo Legislativo” – posição equivocada, que destinaria carater Não deliberativo as conferências pelo Brasil a fora! Impressionante o cinismo do Ministro. Dizer em platéia aliada que a sociedade deve coordenar o processo das rádios e televisões, quando na prática exclui a sociedade civil organizada, movimentos sociais da comunicação, nos furtando de um direito fundamental: “porque a comunicação é um direito humano!”; é pura demagogia!!!

Por fim, não poderíamos deixar de comentar o papel vergonhoso desempenhado pela mídia Curitibana: Pipocou em todos os noticiários locais a realização de tal cerimônia e do suposto “fato histórico” para o estado, mas tampouco citaram os questionamentos da manifestação. O interesse privado/comercial das concessionárias, é um grande perigo para o estado de direito e para democracia brasileira.

Para revermos tais distorções da mídia, convido todos a participarem da Semana de Democratização da Comunicação em Curitiba, dos dias 20 a 28 de Outubro.

Como ajudar ?

20 a 27 de Outubro: Coleta de assinaturas para o abaixo-assinado pela convocação da Conferência Nacional de Comunicação em faculdades, escolas e etc.

25 de Outubro, 11h: Video-cabine na Boca Maldita – Conversa com a População e gravação de depoimentos de populares e representantes dos movimentos sociais sobre temas relacionados.

28 de Outubro, 09h: Audiência pública pela convocação da Conferência Nacional de Comunicação na Assembléia Legislativa do Paraná.

Confiram a programção completa abaixo!

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OS RABOS-DE-PALHA DE UM FILHOTE DA DITADURA (José Agripino)

http://carosamigos.terra.com.br/

Léo Arcoverde

OS RABOS-DE-PALHA DE UM FILHOTE DA DITADURA

O SENADOR JOSÉ AGRIPINO MAIA (DEM-RN) É APRESENTADO PELA MÍDIA GRANDE COMO UM ÍCONE DA MORAL, SEMPRE ENTREVISTADO PARA DENUNCIAR AS MAZELAS DO GOVERNO LULA E PONTIFICAR SOBRE ÉTICA POLÍTICA. SEU PASSADO, PORÉM, NÃO O ABONA.

Do meio para o fim dos anos 1970, para fazer parte do grupinho oligárquico que havia duas décadas comandava a política do Rio Grande do Norte, uma condição era suficiente e necessária: aderir à estratégia de renovação do regime autoritário, preparando-se para a transição. Isto é, a bênção dos militares era mais que bem-vinda. O industrial Osmundo Faria, dono da salina Amarra Negra e de vasto latifúndio no agreste, estava para ser anunciado sucessor do governador Cortez Pereira (1971-1975). Não tinha experiência em cargo eletivo – era suplente do senador Dinarte Mariz. Mas contava com o apadrinhamento de ninguém menos que o ministro do Exército, general Dale Coutinho, ex-chefe da repressão no Nordeste. Era, no dizer do político gaúcho Leonel Brizola, o “filhote da ditadura” da vez.

confira mais nas bancas…

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Ajuda dos milicos: o voto camarão

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Apuração

Léo Arcoverde é jornalista. [email protected]
Colaborou a jornalista Raquel Souza.

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